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sábado, 24 de outubro de 2009

De amor, de mar e de uma caneca de café acompanhada de um disco de samba numa noite de sábado.


Conselheiro
(Batatinha/Paulo César Pinheiro)

Sou profissional do sofrimento
Professor do sentimento

Do amor fui artesão
Mestre do viver já fui chamado
Conselheiro do reinado

Cujo rei é o coração

Mestre do viver já fui chamado
Conselheiro do reinado

Cujo rei é o coração

Quebrei do peito a corrente

Que me prendia à tristeza
Dei nela um nó de serpente

Ela ficou sem defesa

Mas não fiquei mais contente

Nem ela menos acesa

Tristeza que prende a gente

Dói tanto quanto a que é presa

Abre meu peito por dentro

O amor entrou como um raio

Saí correndo do centro

Dentro do vento de maio


É assim, ao som da poesia de Batatinha e Paulo César Pinheiro que a brasiliense Ligiana abre seu disco de estréia, De Amor e de Mar [Tratore, 2009].

Já tinha passado pelo blog em que encontrei a indicação do disco da moça na quinta-feira, e fiquei curioso quando li sobre as participações de Hamilton de Hollanda no bandolim, de Tom Zé, e da produção do DJ Tudo; mas entre uma coisa e outra não baixei. Calhou de vir pegar isso hoje, numa parada que dei das minhas leituras medievalistas (tá me aterrorizando hein Bruno!) nas agonias de final de período da universidade, início de noite de sábado, eu aqui em casa sem um tostão no bolso pra sair e fazer alguma coisa, sou acompanhado pela caneca de café e pelas músicas que vou selecionando aqui.Tava com vontade de ouvir um samba, ae lembrei do disco da moça que tinha esquecido lá no blog, e baixei... A empolgação foi tamanha que senti a necessidade de posta-lo aqui, apenas 1 hora após ter ouvido.


A voz dela é linda, e o disco é de uma musicalidade perfeita! Samba fino, parece coisa de gente da velha guarda, com vários anos de experiência. Além dela, os dois três pontos que mais chamaram minha atenção: a produção refinada do grande Alfredo Bello (vulgo DJ Tudo), o bandolim mágico (órfão de Jacob) de Hamilton de Hollanda, e a seleção do repertório.

Ligiana é de Brasília, musicóloga graduada em canto lírico. Após se formar, foi para a Holanda, estudar canto barroco, de lá ela foi para a Itália, onde fez um mestrado em Filologia Musical, e começou a cantar MPB. Da Itália Ligiana seguiu para a França, onde continuou a cantar sambas e começou a compor."Queda por um samba", música presente no disco foi composta na França, por ela em parceria com seu pai, do outro lado do telefone.Continuou seus estudos escrevendo uma tese de doutorado sobre ópera barroca veneziana pelas Universidades de Tours e de Milão.Nos anos que passou em Paris ela montou o esboço desse primeiro disco, que foi gravado entre São Paulo, Paris e Brasília.

Mais informações no Myspace dela.


Ligiana - De Amor e de mar [2009]

01 Conselheiro
(Batatinha / Paulo César Pinheiro)
02 Consideração
(Cartola / Heitor dos Prazeres)
03 Se
(Tom Zé)
04 Só se não for brasileiro nessa hora (Morais Moreira/ Luis Galvão)
05 Onda
(Ligiana)
06 Canto do caboclo pedra preta
(Baden Powell/ Vinícius de Moraes)
07 Festa no olhar
(Philippe Baden Powell/ RodriGo Alzuguir)
08 Queda por um samba (Ligiana/Celso Araújo)
09 Chorando Baixinho (Abel Ferreira/Celso Araújo)
10 Pandeiro do Brasil
(Luiz Peixoto/José Maria de Abreu)
11 Eu quero é botar meu bloco na rua
(Sérgio Sampaio)

sábado, 24 de janeiro de 2009

A que se destina o projeto Retropleco

Em 30 de abril de 2005 foi composta a canção La Vie Est Ainsi por Bruno Alvaro que logo se tornou “sucesso” entre os alunos de sua turma de francês. Na primeira vez que a canção foi cantada e tocada em público estava ao violão Gustavo Alvaro, seu primo, no pandeiro Kátia Teonia e no tamborim Rodrigo Otávio. Durante muito tempo a canção embalou as brincadeiras do grupo e ainda hoje é lembrada. Ali aparecia o primeiro esboço de formar não uma banda ou um grupo, porém um projeto de pesquisa musical, tentando unir, fundir sem preconceitos diversas culturas, gêneros, ritmos e sons musicais. La Vie Est Ainsi é um samba-canção cuja letra está em francês.
Entretanto, o Retropleco não tem suas raízes, propriamente ditas, na arte musical, mas, sim, na Literatura, tema este, carissimo aos dois fundadores do projeto.
Em 2004, Bruno Alvaro dá inicio a produção de seu primeiro romance, ainda hoje inacabado, Vitrines, que narra a história de um personagem sem nome em um processo de caminhada abstrata por uma cidade que é o Rio de Janeiro imaginado pelo autor.
No capítulo dois surge um bar de jazz cujo nome atualmente sagra-se como o do projeto, nesse mesmo capítulo encontra-se uma homenagem a Gustavo Alvaro. Por motivos muitos o romance estacionou no capítulo sete e nunca mais foi retomado por Bruno Alvaro.
Pensando a palavra Retropleco ser sonora e tendo sido inspirado numa interessante junção do nome de um grande compositor, Bruno Alvaro convida seu primo-irmão, Kátia e Rodrigo a formarem o Retropleco como um projeto de música, Gustavo aceita, mas os dois outros amigos nem chegam a abraçar a idéia e seguem seus rumos profissionais, porém a amizade continua até hoje.
Já em 2005, Bruno Alvaro musica o poema Trincheiras escrito por Gustavo Alvaro, dando inicio a uma parceria frutifera e bem talhada.
O projeto acaba estacionado por todo o ano de 2006. Contudo, nos meses finais de 2007, Bruno e Gustavo Alvaro retomam o caminho já estelecendo a linha musical ampla a ser seguida e a multiplicidade de instrumentos a serem utilizados. Surgem, então, composições com flauta transversa e violão, samples e didgeridoo, música eletrônica, viola caipira e violão, cavaquinho e percussão, etc.
Em 2008, os dois músicos passaram a se dedicar mais a Literatura apresentando-se no sarau mensal do Castelinho do Flamengo, na praia do Flamengo. Gustavo Alvaro iniciou uma empreitada como ator e Bruno Alvaro passou a declamar sua prosa poética.
Influenciados pelos ventos artisticos, os primos decidiram levar mais a sério o projeto e desengavetá-lo de vez, compondo em 2008 algumas canções e retomando outras como a moda Buchada de Bode, composta em 2004 por Bruno Alvaro em homenagem a amiga Kátia Teonia e retomada em 2009 por Gustavo Alvaro com um arranjo de viola caipira e violão.
Em dezembro de 2008 é composta a canção Décimo Dia do Mês por Bruno Alvaro e gravada e, ainda, as modas de viola caipira Paraná de Gustavo Alvaro e apresentada em público no sarau de novembro de 2008 no Castelinho do Flamengo.
Juntos, os dois músicos passam a trabalhar mais arduamente na moda de viola caipira Sem Título, composta por Gustavo Alvaro, cujo arranjo para violão de seis cordas foi feito por Bruno Alvaro, a gravação piloto foi feita e aguarda retoques.
Em janeiro de 2009 foi criado uma página do Retropleco no MySpace e uma conta de e-mail no Hotmail, o blog já havia sido escrito, entretanto, as propostas de textos que aqui seriam publicados estavam em discussão no fim do ano de 2008, sendo decidido que seriam discutidos livros, instrumentos e trabalhos de artistas que norteiam a música composta por Bruno e Gustavo Alvaro.
No geral, a proposta é exatamente a apresentada no texto inicial do blog: “um projeto de pesquisa musical experimental de múltiplas influências”.
Logo, logo, serão colocadas algumas músicas no MySpace: Aguardem!

Sejam bem-vindos

Equipe Retropleco
(http://www.myspace.com/retropleco)

Retropleco é:
Bruno Alvaro: Composições e arranjos; flauta transversa e doce; violão; guitarra; contrabaixo; percussão; samples; teclado; gaita, etc.
Gustavo Alvaro: Composições e arranjos; viola caipira; violão; didgeridoo; violino; contrabaixo; gaita; teclado; cavaquinho, etc.