Já disse certa vez, não sei de onde nem quando, que a música se manifesta em nós das maneiras mais surpreendentemente possíveis no dia a dia: por brincadeira, sentimento, arte, etc.
Minhas férias de infância, não só as minhas como as de Gustavo Alvaro, foram sempre passadas na Ilha de Paquetá. Lugar do Rio de Janeiro que guardo numa gaveta especial da minha memória. Caminhadas com meu primo, sozinhos, ainda moleques, pescarias na Ponte da Saudade, finais de tarde no Mirante... Tempos bons.
Samba para mim e, creio que também, para ele, é uma coisa que esteve sempre aqui na lembrança, num lugar desconhecido da memória. Criados no morro, impossível em algum momento da infância não termos ouvido Alcione – e me lembro que a “marrom” era muito ouvida pela minha tia, sua mãe –, Roberto Ribeiro, Agepê, Originais do Samba, Zeca Pagodinho, Dicró e me lembro bem da nossa avó paterna ouvir muito, mais muito mesmo, Benito di Paula. E assim crescemos, estudamos música, ora por brincadeira, ora sério, mas, vai lá, estudamos e estudamos ainda, seja como entusiastas ou falsários. Fico para mim com o falsário – a flauta transversa anda muda aqui no meu apartamento em Aracaju!
Mas vamos ao samba, ao misterioso samba!
Chegou quente dia desse aqui para mim, o excelente “O Samba Informal de Mauro Duarte”, cd duplo, lançado em 2008 pela gravadora Deckdisc. Conduzidas de maneira magistral pelo ótimo Samba de Fato e a cantora Cristina Buarque – que vi moleque e, também, adulto em vários sábados de roda de samba em Paquetá, naquele bar pertinho da Biblioteca Pública que fica no casarão Solar D’El Rei. O tempo longínquo não me ajuda com o nome do bar, que inclusive tomei muito picolé Kibon com meu tio Expedito e o próprio Gustavo.
São 30 sambas maravilhosos do grande Mauro Duarte, um dos grandes sambistas cariocas (nascido, na verdade, em Minas Gerais), cujas melodias impecáveis fizeram muito sucesso, por exemplo, na voz de Clara Nunes e ainda hoje embalam rodas de samba no Rio de Janeiro.
Falecido em 1989, Mauro Duarte, deixou um legado musical que merece destaque, tal que o disco gravado por Cristina Buarque e o pessoal do Samba de Fato (Pedro Miranda, Pedro Amorim, Alfredo Del-Penho e Paulino Dias) demonstra isso muito bem.
Da primeira faixa do cd 1 até a última do cd 2 o que se ouve é samba de qualidade, gravações perfeitas, equilibradas, ritmistas certeiros, cavaquinho e violões que exalam: samba! Meu Deus e que samba!
Projeto, no meu ponto de vista, audacioso, primeiro por se tratar de um cd duplo, o que, de certa forma, encarece o produto e em tempos de pirataria, preço alto assusta. Mas, vale cada centavo, meus caros! Vale pelo encarte bem feito, pelas letras impressas e ainda, o certeiro trabalho de explicar as composições de Mauro, o famoso Bolacha.
Em segundo lugar, a audácia está no minucioso trabalho de pesquisa. Na verdade, substituo audácia por talento.
O cd tem esse caráter que adoro de pesquisa musical, de resgate. São sambas do compositor (com parceiros) garimpados de cadernos de anotações, da memória de gente como Walter Alfaiate, Paulo Cesar Pinheiro, que inclusive finaliza várias letras que estavam incompletas. Enfim, um trabalho de História Oral maravilhoso!
A voz da sambista Cristina Buarque, sua ginga, dão um tempero bem dosado, os vocais do pessoal do Samba de Fato, ora solando, ora em coro e sempre tocando todos os instrumentos faz desse disco, para mim, algo indispensável na prateleira de qualquer amante do bom e sempre jovem velho samba!
A participação de Paulo César Pinheiro, não só assinando as letras das composições incompletas, como com a voz em duas canções (Sublime Primavera e Samba de Botequim) dá um toque a mais na bolacha prateada.
Ou seja, não dá para não ter, tem sim que meter a mão no bolso e comprar e não reclama muito não, pois no Rio de Janeiro, pelo menos, você poderá ouvir e depois correr para Lapa para tomar um bom chopp gelado. Esse aqui, pagou a mais por conta do frete e depois de ouvi-lo por volta da uma da madrugada não tinha nenhum bar aberto em Aracaju para me satisfazer a vontade! Então, parabéns!
Vou ficando por aqui e caso você queira saber mais sobre o trabalho, acesse www.deckdisc.com/mauroduarte. No encarte do cd há várias informações que você terá se adquirir o trabalho, pois esse daqui, não vai soltar por nada!
Abração
Minhas férias de infância, não só as minhas como as de Gustavo Alvaro, foram sempre passadas na Ilha de Paquetá. Lugar do Rio de Janeiro que guardo numa gaveta especial da minha memória. Caminhadas com meu primo, sozinhos, ainda moleques, pescarias na Ponte da Saudade, finais de tarde no Mirante... Tempos bons.
Samba para mim e, creio que também, para ele, é uma coisa que esteve sempre aqui na lembrança, num lugar desconhecido da memória. Criados no morro, impossível em algum momento da infância não termos ouvido Alcione – e me lembro que a “marrom” era muito ouvida pela minha tia, sua mãe –, Roberto Ribeiro, Agepê, Originais do Samba, Zeca Pagodinho, Dicró e me lembro bem da nossa avó paterna ouvir muito, mais muito mesmo, Benito di Paula. E assim crescemos, estudamos música, ora por brincadeira, ora sério, mas, vai lá, estudamos e estudamos ainda, seja como entusiastas ou falsários. Fico para mim com o falsário – a flauta transversa anda muda aqui no meu apartamento em Aracaju!
Mas vamos ao samba, ao misterioso samba!
Chegou quente dia desse aqui para mim, o excelente “O Samba Informal de Mauro Duarte”, cd duplo, lançado em 2008 pela gravadora Deckdisc. Conduzidas de maneira magistral pelo ótimo Samba de Fato e a cantora Cristina Buarque – que vi moleque e, também, adulto em vários sábados de roda de samba em Paquetá, naquele bar pertinho da Biblioteca Pública que fica no casarão Solar D’El Rei. O tempo longínquo não me ajuda com o nome do bar, que inclusive tomei muito picolé Kibon com meu tio Expedito e o próprio Gustavo.
São 30 sambas maravilhosos do grande Mauro Duarte, um dos grandes sambistas cariocas (nascido, na verdade, em Minas Gerais), cujas melodias impecáveis fizeram muito sucesso, por exemplo, na voz de Clara Nunes e ainda hoje embalam rodas de samba no Rio de Janeiro.
Falecido em 1989, Mauro Duarte, deixou um legado musical que merece destaque, tal que o disco gravado por Cristina Buarque e o pessoal do Samba de Fato (Pedro Miranda, Pedro Amorim, Alfredo Del-Penho e Paulino Dias) demonstra isso muito bem.
Da primeira faixa do cd 1 até a última do cd 2 o que se ouve é samba de qualidade, gravações perfeitas, equilibradas, ritmistas certeiros, cavaquinho e violões que exalam: samba! Meu Deus e que samba!
Projeto, no meu ponto de vista, audacioso, primeiro por se tratar de um cd duplo, o que, de certa forma, encarece o produto e em tempos de pirataria, preço alto assusta. Mas, vale cada centavo, meus caros! Vale pelo encarte bem feito, pelas letras impressas e ainda, o certeiro trabalho de explicar as composições de Mauro, o famoso Bolacha.
Em segundo lugar, a audácia está no minucioso trabalho de pesquisa. Na verdade, substituo audácia por talento.
O cd tem esse caráter que adoro de pesquisa musical, de resgate. São sambas do compositor (com parceiros) garimpados de cadernos de anotações, da memória de gente como Walter Alfaiate, Paulo Cesar Pinheiro, que inclusive finaliza várias letras que estavam incompletas. Enfim, um trabalho de História Oral maravilhoso!
A voz da sambista Cristina Buarque, sua ginga, dão um tempero bem dosado, os vocais do pessoal do Samba de Fato, ora solando, ora em coro e sempre tocando todos os instrumentos faz desse disco, para mim, algo indispensável na prateleira de qualquer amante do bom e sempre jovem velho samba!
A participação de Paulo César Pinheiro, não só assinando as letras das composições incompletas, como com a voz em duas canções (Sublime Primavera e Samba de Botequim) dá um toque a mais na bolacha prateada.
Ou seja, não dá para não ter, tem sim que meter a mão no bolso e comprar e não reclama muito não, pois no Rio de Janeiro, pelo menos, você poderá ouvir e depois correr para Lapa para tomar um bom chopp gelado. Esse aqui, pagou a mais por conta do frete e depois de ouvi-lo por volta da uma da madrugada não tinha nenhum bar aberto em Aracaju para me satisfazer a vontade! Então, parabéns!
Vou ficando por aqui e caso você queira saber mais sobre o trabalho, acesse www.deckdisc.com/mauroduarte. No encarte do cd há várias informações que você terá se adquirir o trabalho, pois esse daqui, não vai soltar por nada!
Abração
Nenhum comentário:
Postar um comentário